ATA DA DÉCIMA SEGUNDA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 12-6-2001.

 


Aos doze dias do mês de junho do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e dezenove minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear os cem anos de fundação do Grupo Gerdau, nos termos do Requerimento nº 119/01 (Processo nº 1934/01), de autoria do Vereador Elói Guimarães. Compuseram a MESA: o Vereador Fernando Záchia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Jorge Gerdau Johannpeter, Presidente do Grupo Gerdau; a Senhora Judite Dutra, Primeira-Dama do Estado do Rio Grande do Sul; o Deputado Estadual Valdir Andres, representante da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; o Deputado Federal Alceu Collares; o General-de-Brigada Luiz Carlos Minussi, Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sul e representante do Senhor Comandante Militar do Sul; o Juiz Roberto Carvalho Fraga, representante do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; o Senhor Gil de Kurtis, Presidente da Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil - ADVB; o Senhor Inácio Gassen, representante da Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul - FEDERASUL; o Senhor Hermes Ribeiro de Souza Filho, representante da Federação de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul - FARSUL; o Senhor Zildo de Marchi, representante da Federação de Comércio Varejista do Estado do Rio Grande do Sul - FECOMÉRCIO; o Senhor Fernando Morel, representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor Telmo Kruse, Presidente do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Senhor Rogério Bohn, Presidente da Federação das Associações de Jovens Empresários do Rio Grande do Sul; o Vereador Elói Guimarães, na ocasião, Secretário "ad hoc". A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem o Hino Nacional, executado pela Banda de Música do Comando Militar do Sul, sob a regência do Primeiro-Sargento Sílvio Luiz da Silveira Machado e, em continuidade, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Elói Guimarães, em nome das Bancadas do PTB e do PL, historiou a trajetória do Grupo Gerdau, tecendo considerações e analisando dados acerca da importância que representa para o desenvolvimento sócioeconômico do País, especialmente para o Rio Grande do Sul, o conglomerado industrial presidido pelo Senhor Jorge Gerdau Johannpeter. O Vereador Adeli Sell, em nome das Bancadas do PT e do PC do B, lembrando a produção recorde de aço bruto produzida pelo Grupo Gerdau, elogiou a participação do trabalho humano no crescimento das empresas formadoras desse complexo industrial. Também, destacou as ações sociais praticadas pelo Senhor Jorge Gerdau Johannpeter no comando desse Grupo. O Vereador Nereu D'Avila, em nome da Bancada do PDT, externou sua satisfação em participar da presente homenagem, traçando um paralelo entre a evolução tecnológica ocorrida nos últimos cem anos e o crescimento do Grupo Gerdau. Nesse sentido, ressaltou a visão moderna e o engajamento nas causas sociais demonstrados pelas empresas Gerdau. O Vereador João Carlos Nedel, em nome do PPB, cumprimentou o Vereador Elói Guimarães pela iniciativa de propor a presente Sessão Solene, enfocando a importância da participação da família na consolidação do Grupo Gerdau e o talento empreendedor e administrativo dos seus dirigentes, comprometidos não somente com a área empresarial mas, também, com o bem-estar da sociedade. O Vereador Sebastião Melo, em nome do PMDB, recordando o período em que Sua Excelência exerceu atividades de caráter comercial, congratulou o Grupo Gerdau pelo transcurso do seu centésimo aniversário de fundação, exaltando a difusão das empresas integrantes desse Grupo em outros países da América do Sul, bem como a preocupação revelada nos projetos em prol da saúde, pesquisa e voluntariado social. O Vereador Paulo Brum, em nome da Bancada do PSDB, referiu-se ao início do Grupo Gerdau, com a fábrica de pregos Ponta de Paris, em Porto Alegre, e a expansão das empresas, sempre sob a administração da família Gerdau. Ainda, abordou a posição obtida pelo Grupo, liderado pelo Senhor Jorge Gerdau Johannpeter, no setor siderúrgico mundial e as iniciativas comunitárias colocadas em prática através de suas empresas. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome do PFL, subscrevendo os pronunciamentos feitos nesta Sessão Solene, enalteceu a atuação do Grupo Gerdau ao longo dos seus cem anos de atuação na vida econômica e social do Rio Grande do Sul e parabenizou a capacidade de produção industrial e a valorização dos recursos humanos proporcionadas pelas empresas do Grupo Gerdau. O Vereador Carlos Alberto Garcia, em nome da Bancada do PSB, salientou a história de sucesso e o desenvolvimento do Grupo Gerdau, centralizados na família e nos princípios da hierarquia e disciplina. Também, enfatizou o fato de empresas do Grupo terem se expandido para outros países, aludindo à importância dada pelo conglomerado Gerdau às áreas cultural, esportiva e filantrópica. A seguir, o Vereador Fernando Záchia concedeu a palavra ao Senhor Jorge Gerdau Johannpeter, Presidente do Grupo Gerdau, que agradeceu a homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre aos cem anos de existência do Grupo Gerdau. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem o Hino Rio-Grandense, executado pela Banda de Música do Comando Militar do Sul, sob a regência do Primeiro-Sargento Sílvio Luiz da Silveira Machado e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezoito horas e trinta e três minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Fernando Záchia e secretariados pelo Vereador Elói Guimarães, como Secretário "ad hoc". Do que eu, Elói Guimarães, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene destinada a homenagear os 100 anos de Fundação do Grupo Gerdau.

Convidamos para compor a Mesa a Ex.ma Sr.ª 1ª Dama do Estado, Sr.ª Judite Dutra; Ex.mo Sr. Jorge Gerdau Johannpeter, Diretor-Presidente do Grupo Gerdau; Ex.mo Sr. representante da Assembléia Legislativa do Estado, Deputado Valdir Andres; Ex.mo Sr. Deputado Federal Alceu Collares; Ex.mo Sr. Chefe do Estado Maior do Comando Militar do Sul, General-de-Brigada Luiz Carlos Minussi, neste ato representando o Comandante Militar do Sul; Ex.mo Sr. Juiz de Direito do Foro de Porto Alegre, Dr. Roberto Carvalho Fraga neste ato representando o Tribunal de Justiça do Estado; Presidente da ADVB, Gil de Kurtis; Sr. representante da FEDERASUL, Inácio Gassen; Sr. representante da FARSUL, Hermes Ribeiro de Souza Filho; Sr. representante da FECOMÉRCIO do Rio Grande do Sul, Zildo de Marchi; Sr. representante do Prefeito Municipal de Porto Alegre, Fernando Morel; Sr. Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre, Dr. Telmo Kruse; Sr. Presidente da Federação das Associações de Jovens Empresários do Rio Grande do Sul, Rogério Bohn; Sr. Ver. Elói Guimarães, proponente desta Sessão Solene; Srs. Vereadores, demais autoridades presentes. Senhores da imprensa, senhoras e senhores.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional, executado pela Banda de Música do Comando Militar do Sul.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Queremos dizer ao Dr. Jorge Gerdau Johannpeter e aos demais membros do Grupo, principalmente aos seus colaboradores, que esta Casa, nesta homenagem proposta pelo Ver. Elói Guimarães, fica extremamente orgulhosa de, em Porto Alegre, ter um grupo que há 100 anos, cada vez mais, se desenvolve pelo mundo todo, sendo um orgulho não só de Porto Alegre, não só do Rio Grande, mas do Brasil.

Temos que deixar ressaltado que, cada vez mais, esta empresa investe neste Estado, nesta Cidade, neste País, fazendo com que a geração de novos empregos e a geração de riqueza seja uma constante na doutrina da empresa.

Nós, Câmara Municipal de Porto Alegre, através desta homenagem, ficamos extremamente orgulhosos de podermos aqui, também, registrar a passagem dos 100 anos desta empresa.

O Ver. Elói Guimarães, proponente desta Sessão Solene, está com a palavra e falará em nome do PTB e do PL.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Senhores e senhoras que, com suas presenças, honram esta Casa.

A Câmara Municipal de Porto Alegre, expressão da vontade plural da Cidade, não poderia deixar de solenizar tão significativa efeméride, qual seja, a de comemorar o transcurso do centenário do Grupo Gerdau, verdadeiro jubileu de aço a forjar o desenvolvimento econômico do nosso País.

É no distante 1901, nos alvores da Proclamação da República, que sob a liderança de João Gerdau, de inquebrantável estirpe familiar, com a legenda Fábrica de Pregos Ponta Paris, que se inicia em nossa Cidade uma empresa predestinada a varar os séculos, e os continentes também e que haveria de se impor, mercê dos credos e filosofia adotados, sintetizados nos princípios fundadores da mesma, ou seja: clientes satisfeitos, pessoas realizadas; tecnologia atualizada; seriedade com todos os públicos; segurança e solidez; lucro, como medida de desempenho.

Assim, a família Gerdau Johannpeter, hoje capitaneada pelo Dr. Jorge Gerdau Johannpeter, Presidente do Grupo Gerdau, e pelos Vice-Presidentes Klaus Johannpeter, Germano Johannpeter, Frederico Johannpeter e Carlos Petry, com seus doze mil colaboradores e noventa mil acionistas - diga-se de passagem, número de pessoas alcançados por menos de 10% da população de municípios gaúchos -, construíram um complexo empresarial, o Grupo Gerdau, que detém hoje a 24ª posição no ranking de produtores mundiais de aço, produzindo oito milhões de toneladas de aço bruto, atendendo aos setores da construção civil, indústria, automotivo e agropecuária, tendo se tornado, ao longo das três últimas décadas, no maior distribuidor de produtos siderúrgicos do Brasil, fornecendo aços longos e planos, através de sua rede de sessenta e quatro filiais. O complexo empresarial no Brasil e no exterior, jurídica e geograficamente, em linhas gerais, assim se distribui:

BRASIL

Holding: Metalúrgica Gerdau S/A;

Siderurgia: Gerdau S/A;

Usinas Siderúrgicas: Gerdau Rio-Grandense (RS); Gerdau Aços Finos Piratini (RS); Gerdau Guaíra (PR); Gerdau Cosigua (RJ); Gerdau Usiba (BA); Gerdau Açonorte (PE); Gerdau Cearense (CE); Gerdau Divinópolis (MG); Gerdau Barão de Cocais (MG);

Unidades de Transformação: Gerdau Telas Soldadas Nervuradas (SP, PE); Gerdau São José dos Campos (SP); Gerdau Cotia (SP);

Centros de Serviços de Corte e Dobra de Aço para Construção Civil: Gerdau Armafer (RS, PR, SP, RJ, MG, GO, BA, PE, CE);

Comércio: Comercial Gerdau (sessenta e quatro filiais e três centros de serviços);

Florestal: Seiva S/A - Florestas e Indústrias;

Finanças: Banco Gerdau S/A;

Participações Societárias: Aço Minas Gerais S/A – Açominas (37,45% do capital social); Hidroelétrica Dona Francisca – RS;

Gerdau – Sociedade de Previdência Privada;

Fundação Gerdau

EXTERIOR

Empresas Siderúrgicas: Gerdau Laisa (Uruguai); Gerdau SIPSA (Argentina); Gerdau Aza (Chile): Gerdau Courtice Steel (Canadá); Gerdau MRM Stteel (Canadá); AmeriSteel Corp. (Estados Unidos);

Usinas

Unidades de Transformação

Centro de Serviços de Corte e Dobra de Aço para a Construção Civil

Participações Societárias: Sipar Aceros S/A - Argentina (38,18% do capital social)

A listagem das unidades industriais e empresas dão bem o porte e a performance do Grupo Gerdau, que através de seus diferentes segmentos, insere-se solidariamente nas áreas cultural, social, escolar, esportiva, artística, científica, filantrópica, etc., das comunidades onde atua; mantém a gestão ambiental de seus empreendimentos dentro dos padrões e normas internacionais, tornando-se um dos maiores recicladores do mundo. É óbvio que estamos a celebrar um modelo de empresa que, sem favor, é paradigma nacional e internacional. É o Grupo Gerdau, para Porto Alegre, um símbolo, constituindo-se também numa marca de eficiência, de qualidade, de progresso, de credibilidade, de convivência e participação, de esperança enfim, nas nossas potencialidades humanas e materiais.

A Cidade lhe é grata; o Grupo Gerdau honra e dignifica a Cidade onde nasceu: Porto Alegre. Porto Alegre regozija-se por possuir um complexo empresarial - o Grupo Gerdau - que emprega milhares de pessoas, seus colaboradores; que gera tributos e representa uma alavanca no desenvolvimento do nosso País e, de resto, de outros países.

Porto Alegre é a Capital do Grupo Gerdau. Aqui está a direção maior do Grupo nas pessoas dos Gerdau Johannpeter, em especial do seu Presidente, Dr. Jorge Gerdau Johannpeter, cuja liderança, carisma e prestígio convivem no cotidiano da nossa Cidade, ajudando no seu desenvolvimento, participando do seu dia-a-dia nos mais diferentes setores, quer econômico, social, cultural e esportivo, líder inconteste que é, e entusiasta do programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade.

Por fim, e para encerrar, quando o historiador do futuro contar a história da indústria brasileira, e por que não dizer da indústria latino-americana, inquestionavelmente muito terá para escrever sobre o Grupo Gerdau, sobre sua contribuição e sua importância para o desenvolvimento sócio-econômico do nosso País. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em nome das Bancadas do PT e do PC do B.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu poderia falar, por exemplo, da produção recorde de sete milhões de toneladas de aço bruto, poderia falar da receita de sete bilhões, poderia falar que o Grupo Gerdau é uma das vinte e quatro maiores produtoras de aço do mundo, poderia dizer que ela está entre as grandes players do setor siderúrgico. Eu poderia enumerar uma série de produções; poderia enumerar todo o seu trabalho, o seu desempenho, porque nesses cem anos os órgãos de imprensa e várias revistas especializadas colocam dados importantíssimos sobre a sua empresa, meu caro Jorge Gerdau Johannpeter.

Mas eu prefiro falar de algo mais, porque, na minha opinião, a história de cem anos da Gerdau não se resume apenas nos prédios, no aço, nos pregos, nos seus feitos, mas, fundamentalmente, devo referir que tudo isso foi feito graças a homens destemidos como o senhor e seus colaboradores, e a valorosas e bravas mulheres do Rio Grande do Sul. A história da humanidade é uma história complexa e se faz, fundamentalmente, a partir do trabalho. Foi exatamente o trabalho que fez com que nós chegássemos ao século XXI nessa terceira revolução científico-tecnológica. Exatamente pelo trabalho, a dedicação e o trabalho coletivo feito por alguns desbravadores, com a ponta-de-lança de alguns empreendedores neste Estado, é que estamos num patamar invejável hoje no Brasil, na América Latina e no mundo. Muito ainda terá de ser feito. Tenho certeza de que muitos se espelharão na história da Gerdau, porque ela é uma história feita de pessoas, de dedicação, de trabalho, de determinação, de sonhos. Não fossem os fundadores há cem anos terem sonhado com a possibilidade de construir, de edificar, de modificar, de transformar, não haveria essa empresa. E eu diria: que venham mais cem anos, e outros cem anos, porque precisamos de empreendimentos desta natureza e de pessoas com esta dedicação e com esta visão.

Ademais, estamos vendo a cada dia que a Gerdau também se volta para a sociedade.

Acho que todos nós, quando vamos à Feira do Livro, a cada ano, nos damos conta de que a Gerdau está presente. Quando estamos vendo várias campanhas sociais, nós nos damos conta de que a Gerdau está presente. É assim que se forma uma sociedade, construindo um empreendimento, um trabalho coletivo dentro de uma sociedade.

O Partido dos Trabalhadores, e eu represento aqui a nossa Bancada, quero dizer que me sinto grato por poder vir aqui e dizer essas singelas e simples palavras, porque queremos prestar uma homenagem a uma instituição do Rio Grande do Sul que não é apenas uma fábrica, não é apenas um empreendimento ou uma das grandes players, como se fala hoje. Nós estamos falando, minhas senhoras e meus senhores, de uma instituição. E é para as nossas instituições, que se fazem na base do trabalho, da dedicação e, principalmente, do trabalho coletivo e com o coração, a alma voltada para o seu povo, é para ela que nós temos o prazer de homenagear, e hoje são os cem anos da Gerdau. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em nome da Bancada do PDT, queremos expressar a satisfação que sentimos, o regozijo dos porto-alegrenses, que nós representamos, e o Rio Grande regozija-se, também, pelo centenário dessa magnífica organização. Nesses cem anos, um prédio modesto de João Gerdau, na esquina da Rua Ramiro Barcelos com a Av. Voluntários da Pátria, transformou-se num dos maiores empreendimentos do aço, de laminados e de exportação para diversos países, recentemente, para os Estados Unidos e Canadá. Cresceu e alvoreceu junto com as gerações que se sucederam e que, no discurso magnífico que fez o Presidente Jorge Gerdau Johannpeter naquela não menos magnífica festa da FIERGS, ali estava presente não só o clã familiar, mas a tradição e a força do trabalho que transformou uma incipiente fábrica de pregos em uma monumental organização que hoje orgulha o Rio Grande e o Brasil. Nesses cem anos, nesse crescimento, passaram-se duas grandes guerras mundiais. Nesses cem anos poderíamos dizer que alvoreceu o progresso que hoje desfrutamos, desde o avião em 1914, o 14 Bis de Santos Dumont; descobriram a penicilina e o antibiótico que foi a salvação para a cura de doenças na II Guerra; aparece o computador, enfim, com o progresso que avassalou, ou avassala e surpreende as novas gerações, também cresceu, ampliou-se, e orgulha a todos nós, a Gerdau S/A. Através, repito, do crescimento familiar, mas também da pujança e da visão de trabalho, mercê também de uma miscigenação que o Rio Grande orgulha-se por ter abrigado, colonizações como a alemã, em 1824; como a italiana, e tantas outras que se irmanaram a nós; pêlos-duros; negros, como o Collares, orgulho para nós, porque nenhuma civilização, nenhuma colonização deixou de integrar-se como a Gerdau integrou-se no nosso ritmo, no nosso trabalho, na nossa altanaria rio-grandense. Tal exemplo foi tão emblemático que, do porte de uma festa para três mil pessoas como ofereceu a Gerdau S/A, naquela noite, lá na FIERGS, poderiam servir vinho bordeaux de 500 dólares a garrafa, mas serviu-se vinho gaúcho, porque é consentâneo com o pensamento do Diretor-Presidente da Gerdau, dos seus irmãos, dos seus familiares e de todos os trabalhadores que ajudaram a erguer esse grande monumento empresarial. Orgulha-nos esse centenário, com a visão, sempre no futuro, porque a utopia é um sonho realizado que está sempre para ser alcançado, mas a realidade é os pés no chão, de trabalho, trabalho e mais trabalho, que é o que faz a organização crescer, sem vislumbrar apenas fantasias que nunca são as realidades palpáveis do dia-a-dia.

A Gerdau orgulha a nós todos, e como gaúchos festejamos, mas sem perder de vista que através do crescimento de uma empresa dando emprego, cresce também a economia do Estado, crescemos todos nós, porque uma organização não deixa de ser autenticamente gaúcha, autenticamente rio-grandense, e como disse o Ver. Elói Guimarães, proponente desta homenagem, com a sua sede - o que é para nós um orgulho, porque nós representamos esta Cidade -, plantada aqui na nossa querida e leal Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra e falará em nome do PPB.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Inicialmente, cumprimento o Ver. Elói Guimarães, pela magnífica iniciativa da presente homenagem.

Ao falar sobre os cem anos de êxito do Grupo Gerdau, qualquer analista será tentado a discorrer, de início, sobre o talento empreendedor e administrativo de seus dirigentes, sobre a sua visão de marketing nacional e internacional e talvez sobre a excelência de seus quadros de funcionários. Tudo verdadeiro e realmente significante.

Tenho uma outra visão do assunto, que acredito, alcança a raiz primeira, a mais profunda, a mais importante geratriz do sucesso do Grupo Gerdau, não apenas nos campos econômico e financeiro, mas do sucesso, especialmente, como organização social, comprometida com o bem comum.

Tenho absoluta convicção de que parte substancial desse sucesso tem origem nos almoços de sábado em que, ainda hoje, aos 91 anos, a Sr.ª Helda Johannpeter reúne filhos, noras, netos e bisnetos, estimulando e fortalecendo a união entre os irmãos Germano, Jorge, Klaus e Frederico, por meio dos simples laços de família e, de um modo especial, por meio de valores cultivados e sedimentados pela linhagem dos Gerdau e dos Johannpeter ao longo dos últimos cem anos.

Relembro aqui as palavras de Jorge, ditas há poucos dias, na FIERGS: “Só se faz 100 anos se a gente tiver valores; valores que se trazem de casa e que se quer ter com os filhos: solidariedade e ética praticada por todos”.

O mundo atravessa uma grave crise de valores. E se pode afirmar, com toda a segurança, que essa crise de valores decorre da crise por que atravessa a família, tão atacada por grupos de interesses, minoritários, mas extremamente combativos, que sabem que, pela perversão da família, atingirão com facilidade a corrupção dos costumes e a degeneração da sociedade, o que lhes facilitará a ascensão ideológica e política.

Para felicidade nossa, ainda há fortes e inabaláveis reservas axiológicas, sustentadas a partir das próprias famílias, como é o caso dos Gerdau Johannpeter. Pois é na família que se alicerçam e constroem, e é da família que se irradiam para a sociedade os princípios e valores que fazem a vida possível, digna e feliz. Assim, não chega a ser surpresa que um grupo empresarial, cuja fundamentação é de natureza familiar, obtenha o êxito que o Grupo Gerdau alcançou. Como não chega a ser surpresa o balanço social que publicou, que demonstra a forma como se praticam tais princípios e valores, materializados no respeito e na valorização dos recursos humanos, na correta gestão ambiental, na observância da ética dos negócios, na participação dos colaboradores nos resultados, no investimento em projetos comunitários. Tenham todas as certezas de que tudo mais é conseqüência.

Por isso, em nome da Bancada do Partido Progressista Brasileiro, que tenho a honra de, juntamente com os dignos Vereadores Beto Moesch, João Antonio Dib e Pedro Américo Leal aqui presentes, cumprimentar os dirigentes e colaboradores do Grupo Gerdau pelos seus 100 anos de existência, ressaltando a qualidade da organização em que o Grupo se constitui, demonstrando ao País e ao mundo que não só é necessário, mas também possível conciliar família com negócios; empresa com pessoas; êxito com ética. Parabéns. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra e falará em nome do PMDB.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sr. Jorge Gerdau Johannpeter, na figura de V. S.ª quero saudar a todos os demais presentes. Também quero cumprimentar o Ver. Elói Guimarães pela iniciativa e que teve o apoio unânime desta Casa, por tratar-se dessa grandiosa empresa de tantos serviços prestados aos gaúchos, ao nosso País, e por que não dizer, ao exterior.

Estamos hoje aqui reunidos para homenagear, com muita justiça, a passagem do primeiro centenário do Grupo Gerdau. Por que nos orgulhamos disso, nós porto-alegrenses? Nós nos orgulhamos disso, porque o Grupo Gerdau nasceu e aqui está até hoje, embora tenha expandido o seu campo de ação para o Uruguai, Argentina, Chile, Canadá e Estados Unidos. Orgulhamo-nos do Grupo Gerdau, porque ele foi feito e continua sendo feito por gaúchos; orgulhamo-nos do Grupo Gerdau, porque tem uma história de empreendedorismo que se confunde com a própria vocação de progresso dos gaúchos.

Em 1978, saí da minha terra natal, Goiás, para me radicar no Rio Grande do Sul, de onde nunca mais saí e não desejo sair. Um dos meus primeiros empregos foi na empresa Tubomac; ali trabalhei como balconista, vendedor e representante, vendendo pregos, arames e tubos - vinha tudo da Gerdau. E aquele dinheiro das vendas foi que me manteve, a meu filho gaúcho, e que me permitiu estudar, para que me tornasse advogado e, hoje, Vereador de Porto Alegre. Posso afirmar, sem sombra de dúvida, que há dedo da Gerdau na minha presença hoje aqui. Foi porque a Gerdau existia que eu consegui emprego, que tantos gaúchos puderam trabalhar moldando ferro, construindo prédios, pontes, grades, usinas e tantas outras atividades.

Sou um homem do povo e preocupado com o povo, por isso desejo que a Gerdau continue com o seu trabalho, que cresça, para que nós, gaúchos, cresçamos juntos. Um povo não pode se sentir feliz e saudável se não tiver trabalho, se não tiver progresso, se não tiver esperança. A Gerdau contribuiu e continua contribuindo para tudo isso.

Quero também deixar registrado o meu profundo respeito pela forma como a Gerdau se preocupa com a questão social. Há muitas décadas, a Gerdau resolveu que o futuro dos seus empregados era um tema que ela devia colocar na sua pauta, lançando então a Fundação Gerdau muito antes de começar a se pensar em preocupação previdenciária.

Hoje, a Gerdau é um grande grupo, uma multinacional gaúcha, que continua demonstrando a sua preocupação social, comprometendo-se com as comunidades que estão inseridas, financiando os projetos nas áreas de educação, saúde, pesquisa, qualidade total e, muito importante, incentivando de maneira especial o voluntariado social.

Tenho certeza de que, neste momento, milhares de “Sebastiões” estão atrás dos balcões das lojas de materiais de construções, vendendo pregos, ferros da Gerdau, daí tirando o seu sustento e de seus filhos, enfim, labutando em busca da dignidade social.

Em meu nome, em nome da Ver.ª Clênia Maranhão, em nome do Ver. Fernando Záchia desejamos vida longa a Gerdau. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Paulo Brum está com a palavra e falará em nome do PSDB.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em nome da Bancada do PSDB, ocupo este espaço para trazer aqui, nesta homenagem, o nosso abraço ao Grupo Gerdau.

Com 100 anos de existência, o Grupo Gerdau, nascido da fábrica de Pregos Ponta de Paris, em Porto Alegre, em 1901, é controlado pela quarta geração da família Gerdau Johannpeter. A Gerdau é a maior produtora latino-americana de aços longos comuns, nicho de siderurgia em que se especializou. Do mesmo modo, a Gerdau é a maior fornecedora de aços longos do País; com 50% do mercado interno, é líder e vice-líder em aços especiais.

Mas o que mais nos chama a atenção é o desempenho obtido pela empresa sob condições francamente hostis nos últimos anos do século XX. Enquanto outras empresas buscam a fusão, o Grupo Gerdau consolidou-se como empresa compradora.

A imagem da Gerdau é de um grupo agressivo comercialmente, rápido para tomar decisões e com objetivos muito bem definidos. Seu lema é fazer bem aquilo que se propõe a fazer.

A receita do sucesso da Gerdau está na fórmula forjada pelo ex-executivo financeiro, pai dos quatro irmãos, o Sr. Kurt Johannpeter, pelo seu jeito austero, energético, porém muito afável.

Os quatro irmãos que controlam a Gerdau debutaram nos negócios da família ainda pequenos, varrendo o chão da fábrica e aprendendo a operar a máquina de fabricar pregos.

O sucesso da Gerdau tem como esteio a família. Jorge Gerdau Johannpeter é hoje o Presidente do Grupo. Klaus é o responsável pela área industrial, enquanto Frederico responde pela área financeira e Germano pela área comercial.

Jorge Gerdau Johannpeter sabe como preencher as 24 horas do dia, como Presidente de um dos maiores conglomerados siderúrgicos do mundo. Pode-se encontrá-lo em Brasília, com freqüência, defendendo sempre a empresa nacional. E sua presença é sempre certa em eventos sobre qualidade, já que ele é o Presidente do Programa Gaúcho de Qualidade.

Mas a Gerdau faz mais: os maiores projetos culturais do Estado do Rio Grande do Sul têm contado com o apoio decidido da empresa. Do mesmo modo, a Gerdau tem desenvolvido projetos de apoio à assistência social, e ainda há poucos meses, nesta mesma Casa Legislativa, foi por isso homenageada.

Quem não conhece, enfim, a participação da família e o apoio do Grupo às iniciativas no campo desportivo, levando o nome do País a vitória internacional?

A Gerdau - e os seus responsáveis - têm evidenciado que o sucesso empresarial não embotou a sensibilidade. Que a vitória da empresa e dos empresários não impede que eles tenham simpatia humana, compreensão e decidida adesão a iniciativas comunitárias, quer aquelas estritamente sociais, quer aquelas no campo da cultura ou do esporte. Ou seja, a Gerdau é grande porque, além de uma grande empresa, é capaz de sair de dentro de si mesma, ultrapassando suas fronteiras graças à imagem que cria através dos apoios que oferece a quem, como ela e seus responsáveis, é capaz de ter iniciativa e acreditar em sua própria força.

Portanto, em nome do PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira -, e em meu nome pessoal e do meu Líder, Ver. Antonio Hohlfeldt, desejamos à família Gerdau felicidades, vida longa e que Deus os ilumine para o bem do povo porto-alegrense, para o bem do povo rio-grandense e para o bem do povo brasileiro. Felicidades Gerdau! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra pela Bancada do PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Saúdo a todos pelas presenças nesta tarde festiva para a Câmara Municipal de Porto Alegre, quando aqui se comemora o Centenário do Grupo Gerdau e de suas empresas, da sua dinâmica e, sobretudo, da sua fértil e produtiva atuação na vida econômica e social do Estado do Rio Grande do Sul.

Tranqüilamente, eu poderia subscrever os vários pronunciamentos que aqui ocorreram e que, naturalmente, traduzem o pensamento uniforme desta Casa composta de dez Bancadas partidárias que se irmanam por inteiro e se somam à iniciativa do Ver. Elói Guimarães para homenagear este símbolo da vida econômica do Estado do Rio Grande do Sul.

Eu também poderia, neste momento, silenciar; afinal, os pronunciamentos que aqui ocorreram foram suficientemente eloqüentes, esclarecedores e capazes de transmitir à sociedade porto-alegrense e gaúcha o que acontece neste Legislativo, no que diz respeito à empresa e às empresas que hoje estão sendo homenageadas. No entanto, confesso que, como liberal, não consegui sopitar o desejo de festejar junto. O Grupo Gerdau é o melhor emblema que aqueles que acreditam na economia de mercado, que acreditam na livre iniciativa, na capacidade de produção, sem que o Estado nela se intrometa, podem apresentar não só para o Rio Grande como para o Brasil. Quem sabe, seja até um exemplo em nível internacional.

Por isso, eu não silenciei. É impossível para um liberal silenciar diante do sucesso, diante da capacidade de trabalho, frente à capacidade de empreender. Nós, que acreditamos que é possível se encontrar a felicidade, se encontrar o sucesso, o bem-estar social dentro de uma sociedade competitiva, onde os valores da eficiência e da competência prevaleçam, não podemos silenciar nesta hora! Temos de vir à tribuna e, ainda correndo o risco de sermos repetitivos, enfatizarmos esses mesmos valores, proclamá-los e enaltecê-los. É isso que me trouxe à tribuna nesta hora: cumprimentar, festejar, sobressair, enaltecer um Grupo vitorioso que acredita em si próprio, que acredita na sociedade brasileira, que confia nos gaúchos, que confia na competência e confia no trabalho.

Esse Grupo é centenário e é vitorioso! E por ser centenário e vitorioso, nós estamos aqui a aplaudi-lo.

Sucesso, Dr. Jorge, o senhor que, junto com seus irmãos, tem o comando da empresa que os seus antepassados iniciaram! Siga essa trilha, porque só nos dará felicidade, e, mais do que nos tornar felizes, transformará esta Cidade e este Estado em Cidade e Estado felizes, porque, como disse o meu amigo Ver. Sebastião Melo, é necessário que se tenha trabalho em empresas como a Gerdau, que reconhece o valor do seu servidor, proclama, investe nele e enseja que ele se transforme em mais um elemento produtivo dentro da nossa sociedade.

Concluo dizendo, de coração e com todo o fervor: bravo Gerdau, brava família Johannpeter, brava gente gaúcha que soube construir essa empresa, que é um exemplo para todo o território brasileiro! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra pela Bancada do PSB.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Inúmeras Bancadas se manifestaram e a nossa, do Partido Socialista Brasileiro, é a última. Hoje nós temos motivo para alegria. Nós queremos, primeiramente, parabenizar o Ver. Elói Guimarães, que, com a unanimidade do Plenário desta Casa, contempla e ao mesmo tempo quer dizer, de público, a toda a sociedade porto-alegrense e gaúcha, da comemoração do centenário do Grupo Gerdau.

Muito se falou naquela simples fábrica de pregos, há cem anos. Quem diria! Se pudéssemos voltar ao passado, jamais teríamos uma perspectiva de ver o que é esse Grupo hoje. Mas existe o porquê da sustentação. O Grupo Gerdau tem toda a sua história e trajetória voltada e centralizada na família. E nós sabemos que muitas empresas surgiram na família, mas a família não teve a devida competência para dar continuidade ao empreendimento. Mas, aqui, trata-se de um caso concreto de organização com base sólida na sustentação da família. Poderíamos dizer que, talvez, o sucesso fosse devido à origem germânica, que tem todo um princípio de hierarquia e disciplina. Poderíamos também dizer que foi devido à tenacidade de cada um de seus membros. O Grupo Gerdau está no nosso Brasil num sistema inverso; quando as multinacionais aportam em nosso território, o Grupo Gerdau diz o contrário: “Queremos ser fortes aqui, mas vamos mostrar para o mundo o que nós somos”.

E foi isso o que tem feito nesses últimos anos. Primeiro, foi a nossa América do Sul; depois, conquistou o Canadá e os Estados Unidos. E eu não tenho dúvida de que, daqui a alguns anos, a Europa será a próxima meta.

Portanto, esta empresa que tem uma sustentação incrível, ao mesmo tempo, jamais perdeu a interação com a sociedade, pois sempre tem estado voltada para a área social, cultural, desportiva, e com esportes não de muita popularidade, mas conseguiu divulgar o tênis no nosso Estado e, principalmente, o hipismo. Hoje, quando se fala em hipismo no Rio Grande do Sul, pensa-se logo no Grupo Gerdau. Quando se fala em hipismo no Brasil, também lembramos, imediatamente, que um dos membros dessa família é um dos maiores talentos nessa área.

A Gerdau também está ligada à parte filantrópica, ou seja, essa interação com a sociedade é vital.

Portanto, Dr. Jorge, o Grupo do qual o senhor faz parte é um grupo empreendedor, que não tem medo de ousar; olha para frente. E volto a dizer: é motivo de alegria para nós, porto-alegrenses, porque busca a América e o mundo. Parabéns! Vida longa a essa entidade que tem as suas origens baseadas na família, que é o grande sustentáculo de todos nós. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Sr. Jorge Gerdau Johannpeter está com a palavra.

 

O SR. JORGE GERDAU JOHANNPETER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É indiscutivelmente emocionante um grupo poder ser homenageado pela Câmara de Vereadores da Cidade onde ele se construiu. O nosso bisavô, João Gerdau, quando saiu da cidade de Hamburgo e se aventurou a construir algo na América Latina, chegou no Porto do Rio Grande como comerciante. Recomendaram a ele que seria melhor ir ao interior, participar do processo de crescimento dos colonos que estavam aqui instalados e desenvolver o comércio. Então, ele instalou-se na cidade de Agudos. E é uma coincidência enorme que, há pouco, inauguramos, participando do Projeto da Hidrelétrica de Dona Francisca, que fica ao lado da cidade de Agudos; é uma coisa incrível que, cem anos depois, nós estejamos lá participando de um projeto tão importante neste momento.

Ele saiu da cidade de Agudos para Cachoeira, uma etapa já de melhoria, e veio a Porto Alegre para, em 1901, iniciar o processo com a fábrica de pregos, hoje a nossa holding. E é interessante não termos difundido, mas hoje o Grupo Gerdau é o maior fabricante de pregos do mundo, quer dizer, isso foi construído a partir do nosso pequeno núcleo, e foi citado aqui nos discursos que me antecederam, a valorização do nosso homem, a capacidade que o nosso homem tem, porque essa capacidade de construir, essa tecnologia que levamos mundo afora, foi construída aqui. Desse processo da fábrica de pregos, o Gerdau teve um papel importante, e é uma coisa que talvez não tenha aparecido, que o nosso prego acompanhou a caminhada do nosso colono. Ele instalou a fábrica em Passo Fundo; de Passo Fundo, que tinha ferrovia, fomos acompanhando a caminhada do colono para Santa Catarina, para o Paraná até Rondônia. Então, o nosso produto, que era um produto essencialmente vinculado ao agricultor, à construção: o prego, o arame, tem um vínculo histórico extremamente importante. Até dentro das análises que fazemos, hoje se fala em rotas ou eixos exportadores; antigamente eram os eixos importadores. Estamos muito ligados a esse processo histórico do desenvolvimento. Eu tenho de fazer uma referência em relação ao nosso pai, Kurt Johannpeter. A família Gerdau teve sorte, ou a minha mãe teve a competência, a sorte, Deus quis assim, que ela casasse com Kurt Johannpeter que, indiscutivelmente, foi um inovador. Ele era Diretor do Deutch Bank, que cuidava das filiais, inspecionava todas as filiais aqui na América Latina, e ele, com isso, teve um conhecimento de finanças, administração e recursos humanos, e esses valores até hoje são peças-chaves no nosso processo de administração dentro do Grupo e que a família absorveu.

Juntaram-se duas culturas, a cultura comercial dos Gerdau, porque, não sei se os senhores têm conhecimento, a cidade de Hamburgo foi uma cidade livre, hanseática, nunca teve rei, nem nobre, foi uma cidade que nasceu com conceito comercial, porque o Porto de Hamburgo, Porto de Bremem eram pontos comerciais decisivos do norte da Europa e formou-se, desses velhos tempos, um conceito comercial de navegação. Por isso meu avô veio para o Brasil como comerciante; o irmão dele foi para os Estados Unidos como comerciante também, e o outro irmão ficou como empresário industrial na Alemanha. Então essa cultura, essa conjugação é que realmente possibilitou o desenvolvimento.

Não vou me estender muito mais sobre esse processo, mas foi várias vezes mencionado esse aspecto da responsabilidade social que o Grupo tem. Nós, há muito tempo, gerenciamos nossas empresas com o conceito de gerenciamento com a qualidade total, e que, num dos itens chaves, dos quatro públicos, que uma empresa tem que atender, são, em primeiro lugar, os clientes - sempre digo, o cliente é quem paga a festa, então, realmente temos que tratá-lo muito bem; em segundo lugar, temos que ter um bom relacionamento com os nossos investidores, sejam bancos ou sejam acionistas, no nosso caso, no mercado acionário, nós temos noventa mil acionistas, ele foi decisivo em acreditar em nós nesse processo; os nossos colaboradores, evidente, porque o sucesso para a produtividade e eficiência da empresa dependem do entusiasmo, da perspectiva que os colaboradores têm, e, finalmente, a relação com a comunidade. A comunidade tem duas frentes; uma é o conceito do aspecto ambiental, e o outro é a relação com a sua vizinhança. Eu digo não há empresa que possa vencer, que não tenha relacionamentos e apoio da sua comunidade. Eu lhes digo que esse sentimento nós o temos muito forte, temos uma gratidão enorme, porque tudo que se construiu foi construído graças à capacidade da nossa gente, dos nossos profissionais, dos nossos colaboradores, dos nossos trabalhadores. Graças a Deus, nós fomos educados num ambiente em que o respeito ao ser humano é talvez um dos maiores valores que nós temos dentro de casa. Vou abrir um parêntese, Sr. Presidente, no fim do ano, as nossas festividades são realizadas com churrasco e com todos os nossos ex-colaboradores; eu tenho um trabalhador, na nossa organização, que começou a trabalhar com o meu avô, o Sr. Adão, de 78 anos, e já fazia churrasco com ele. Então, esse homem me ensinou coisas desde a época em que eu era guri, época em que comecei a trabalhar. Essa relação humana profunda se perpetua dentro de toda a organização, e são valores, porque realmente existe essa confiabilidade absoluta dentro da relação de respeito que existe. Por que eu mencionei isso? Porque se hoje nós investimos no desenvolvimento social, econômico, cultural e esportivo, é porque nós somos profundamente gratos, porque a comunidade desta Cidade possibilitou que tivéssemos esse desenvolvimento; são as nossas universidades que formam os nossos profissionais, então realmente nós temos um profundo reconhecimento e gratidão.

Assim, quando hoje recebemos esta homenagem, provavelmente para nós seja a homenagem mais importante. Talvez os senhores não possam nem perceber, mas, na realidade, essas raízes que nos deram os nossos valores e a nossa cultura é que possibilitaram o crescimento. Os senhores podem estar certos de que hoje, em todo o Brasil e no exterior, gradativamente, os valores da nossa gente e da nossa simplicidade são valores que estão em qualquer empreendimento nosso. Gradativamente, com esses valores, também nós vamos conquistando o respeito no exterior; são coisas que realmente temos, que é esse ambiente cultural, esse ambiente que temos aqui no Rio Grande do Sul que nos possibilita. Isso mereceria estudos maiores ainda, porque talvez o dono da terra, quando sai a campear de madrugada, está junto com o seu peão, braço a braço, trabalhando junto, ou seja, as nossas empresas nasceram de oficinas, como a Gerdau nasceu de uma oficina, então nós temos um profundo respeito pelo trabalho. Na verdade, essa conjugação é que realmente fez o crescimento e o desenvolvimento do Grupo. Esta homenagem que hoje recebemos, no fundo, simboliza as nossas raízes, o nosso respeito.

Expresso o meu agradecimento a todos que ajudaram a construir o desenvolvimento do Grupo, que são, em primeiro lugar, os nossos colaboradores. Agradecemos aos nossos clientes, aos nossos fornecedores, porque nós temos parcerias de fornecedores de dezenas de anos. Agradecemos aos nossos acionistas, investidores, colaboradores, à comunidade, aos Srs. Vereadores, todos que estão aqui e aos amigos presentes, porque realmente a caminhada que foi construída passo a passo, foi essencialmente acreditando no homem e acreditando no nosso País. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos a execução do Hino Rio-Grandense, pela Banda do Comando Militar do Sul, regida pelo Primeiro-Sargento Sílvio Luiz da Silveira Machado.

 

(Executa-se o Hino Rio-Grandense.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Registramos as presenças dos seguintes Srs. Vereadores que prestigiaram esta Sessão Solene: Ver. Elói Guimarães, Ver. Adeli Sell, Ver. Pedro Américo Leal, Ver. João Antonio Dib, Ver. Sebastião Melo, Ver. Isaac Ainhorn, Ver. Carlos Alberto Garcia, Ver. Paulo Brum, Ver. Nereu D’Avila, Ver. Humberto Goulart, Ver. João Carlos Nedel, Ver. Ervino Besson, Ver. Haroldo de Souza, Ver. Estilac Xavier, Ver. Cassiá Carpes, Ver. Reginaldo Pujol, Ver. José Fortunati e Ver. Beto Moesch. Agradecemos a presença dos senhores e damos por encerrada esta Sessão Solene.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h33min.)

 

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